terça-feira, 19 de agosto de 2014

Aventureiros antigos

Os primeiros exploradores cujas aventuras são mais conhecidas foram os Antigos Egípcios. Ergueram uma grande civilização há mais de 5000 anos, nas margens férteis do poderoso rio Nilo, que nasce nas montanhas da África Oriental e desagua no Mar Mediterrâneo.
Com o Nilo como via principal, os Antigos Egípcios tornaram-se excelentes navegadores. Também tinham desenvolvido a escrita, o que significava que podiam registar os locais visitados e o que tinham visto.

A terra de Yam
Um aventureiro egípcio chamado Harkhuf foi talvez o primeiro explorador cuja história perdura por escrito. Segundo inscrições deixadas no seu túmulo, realizou várias expedições ao serviço do faraó do Egito para explorar um local chamado Yam, uma terra do sul do Egito.
Harkhuf encontrou-se com os chefes de Yam e trocou presentes. Regressou com tesouros preciosos, como marfim e incenso, bem como com animais selvagens e um pigmeu dançarino para divertir a corte. Os pigmeus eram um povo de pequena estatura, originário da África Central, e suscitavam a curiosidade dos egípcios.

A carta do rei
O faraó Pepi II tinha apenas oito anos quando subiu ao trono. Ficou entusiasmado quando soube que um explorador chamado Harkhuf trazia um pigmeu para dançar para ele. Na verdade, acreditava que a alma do faraó anterior, Neferkare, também assistiria. Numa carta para Harkhuf, escreveu:
Despache-se a trazer
esse pigmeu da terra
dos habitantes do
horizonte... para
alegrar o coração,
para encantar o
coração do faraó
Neferkare!
 
Explorar África
Os Egípcios tinham curiosidade em relação ao resto de África. Há cerca de 3500 anos, a faraó Hatchepsut organizou uma grande expedição para descer o Mar Vermelho até à terra de Punt. Hatchepsut não participou na viagem, mas enviou cinco barcos cheios de marinheiros para trazer incenso perfumado para queimar, animais exóticos e todos os tesouros raros que conseguissem encontrar. Regressaram com macacos, ouro, marfim, uma madeira preciosa chamada ébano e incensos como olíbanos e mirra.
 
Circum-navegar o continente
Mais tarde, há cerca de 2500 anos, outro governante egípcio, Necho II, organizou  uma viagem mais longa e – segundo alguns – mais espetacular, para explorar roda a costa de África. Os exploradores começaram por descer o Mar Vermelho, e três anos depois regressaram pelo Mediterrâneo. Tinham circum-navegado África – uma proeza que só seria repetida mais de 2000 anos depois.

Os primeiros mapas do mundo
Por volta da mesma altura, vários filósofos e historiadores da Grécia Antiga começaram a elaborar os primeiros mapas do mundo. É claro que estes mapas apenas indicavam as partes do mundo que os gregos conheciam: a zona em redor do Mar Mediterrâneo e algumas partes de África, Europa, Arábia e Ásia.

Píteas navega para norte
Um explorador da Grécia Antiga chamado Píteas atravessou o Mediterrâneo, passou a França e seguiu para norte contornando a Grã-Bretanha, em direção às águas geladas da Escandinávia – depois, regressou. Durante as suas viagens, viu espetáculos tão espantosos que poucos acreditaram nas suas histórias. Estas descreviam efeitos luminosos incríveis conhecidos como luzes do Norte (auroras boreais), "peixes" gigantes do tamanho de barcos (que na verdade eram baleias) e enormes icebergues a flutuar no mar.

Sol da meia-noite
O explorador grego Píteas espantou os seus compatriotas quando lhes contou que, no longínquo Norte, tinha visto o Sol no céu a meio da noite. Provavelmente estaria no Ártico, onde no solstício de verão o céu se mantém iluminado durante toda a noite.